segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ei! Ei!
Não seja injusta. Não se apegue tanto.
Tenha mais verdade nos seus discursos.
Pode mentir, não enganar. Não pra si.
Mulher, mulher. Mulher?
Seja uma. Só uma vez.
O seu teatro já não faz espetáculos.
Volta aqui. É assim?
Adeus.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

so fucked, i'm alone.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Anna

21 horas. Ela abriu a contracapa do livro e encontrou:
"R$ 15,00
Pertence a Rosa"
Rosa era sua prima e nao tinha mais que dois anos a mais que ela.
Primeiro começou a folear, ir de trás pra frente. Mania. Ler os dois ultimos paragrafos antes de realmente começar. Finalmente, em quatro noites seguidas com uma lanterninha na parte de baixo de um beliche velho que soltava pequenos pedaços de madeira, aquelas palavras foram devoradas. Nunca mais Anna foi a mesma, mesmo que ninguem além dela conseguisse notar essa diferença que quase gritava pelos olhos. E sinto muito, mas o conteúdo que revirou a cabeça dessa menina de apenas 12 anos não interessa a mais ninguém.
Feliz ano velho para todos nós. Agora ela já tinha 13.
Dentro da cabeça de Anna despertou uma vontade de experimentar coisas novas. Era assim que tudo acontecia em sua vida, uma hora ela decidia em que tipo de situação, que novas descobertas precisava fazer. Então decidiu dar seu primeiro beijo. Articuladamente planejado e apostado. É, apostado.Apesar de nenhum maior significado, da aposta se gabou.
15,16,17.
17, cansou dos meninos. Bem que quis acreditar nisso. Experimentou gostar de um deles. Não deu muito certo, era um daqueles apaixonantes. Inteligente, interessante, engraçado. Um grande filho da puta. Não vale a pena passar muito tempo falando dele, é melhor dizer que sua namoradinha decidiu gostar de Anna. Foram seis meses de novidades incríveis, Ela já estava bebendo demais e fumando demais a essa altura. Encontrou no caminho dois grandes companheiros. Além das musicas e livros, que tanto se arrependeu de ter esquecido por uns tantos momentos. Aprendeu a comer. Enlouqueceu.Emagreceu. Foi o que de mais intenso aconteceu na curta vida que teve até alí, foi gasta até rasgar dos dois lados. Acabou.
18. Confusa, perdida, sozinha e doente. Anna conheceu algumas pessoas legais, outras nem tanto assim. Alguns legais tornaram-se sacanas junto com os que já não prestavam, e outras reapareceram numa fase mais bacana. Esse ano também não passaria em branco. Ela teria decidido novamente provar um gosto novo. Chegou ás 21 horas. Denovo. Numa festa que não tinha sido convidada, mas conhecia algumas pessoas. Teria bebidas e cigarros. Um velho conhecido, que não dá pra saber se pode chamar de amigo, não, definitivamente não é mais amigo se um dia foi. Não demorou muito ela concretizou mais uma das suas. Não era mais virgem. Rápido, indolor,incolor. Foi ótimo. Satisfatório. Uma bela bosta.
Não parou por aí, algumas vezes foi melhor e outras não. Entre os 19 e os 20 ela decidiu parar e parou. Pessoalmente, acho que foi a decisão mais estúpida a ser feita. Que seja, 21. Está quase lá e mal posso esperar pra saber como será daqui pra lá e de lá pra frente. Adeus.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

nada disso.

Hoje eu acordei com medo da minha dor. Uma sensação estranha de querer olhar pra tras e não saber se está pronto pra isso. Tenho medo de descobrir quem eu sou. Só aprendi a saber o que não quero ser. A negativa sempre foi muito presente pra mim.Tem lugares lá dentro que nunca foram catucados e não sei bem que tipo de bicho pode sair quando isso acontecer. Se eu vo querer matar ou fazer de estimação. È uma decisão perigosa demais. Já aconteceram tantas coisas que as vezes é dificil de lembrar . De destinguir o que é verdade e o que o pavor inventou. Tudo com pouca idade. Alguns dias me sinto invencível por isso. Me orgulho de mim, chego perto de achar bom. Já em outros, as escamas estão todas jogadas no chão. Um mar de desventuras, todas degustadas em grandes goles malteses . Quando é a hora de se encarar? Meu coração de metal já não está enganando ninguém. Tenho medo da solidão. E acabado me entregando nos seus braços pra não sentir sua presença. Dizendo pra todos os ventos que quiserem levar a notícia de que eu não sei ser dois ou três. Já tentei esquecer , mas tem coisas que nem o tempo apaga, viram quelóides na sua pele. È como uma celula cancerigena no subconciente, você tem duas opções: passar a vida toda e não desenvolvê-la ou ser consumido agressivamente. Mas não, nunca vai embora. Eu já provei das duas fórmulas e tô por aqui, não sei bem o que isso me torna. Vô continuar olhando pra frente.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

a minha vaidade quer

Teus dedos tescem o ritmo da dança que as pernas entrelaçadas acompanham a cada mordida das minhas mãos. O grito abafado nos ombros molhados. Queria lembrar seu nome. Dormente. Me aperta mais um pouco e quase dá pra ver o estremecer do meu corpo. Queria lembrar seu rosto. Demente. Os labios não cansam de se procurar. Os olhares que nunca se encontram. Queria lembrar sua cor. Uma voz rouca me surrusa palavras que não fazem sentido. Ondas quentes quebram nas paredes vermelhas, espumas doces, ofegantes. Cigarros e silêncio. Eu quis esquecer de mim.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

menino do rio

Meus olhos quiseram chorar de duros.Ou queriam piscar, ou piscar pra não chorar. Ou eles iam acabar chorando de qualquer jeito. São poucas as vozes que me fazem sentir essa inquietação gostosa. Eu quis fechar os olhos pra sentir a suavidade daquele tom, impossivel. Seus movimentos eram hipnotizantes demais.De tão longe senti o gosto, a cheiro, o toque das suas palavras cantadas.Foi como chegar na beiradinha da minha alma e beijá-la.Estou sempre sozinho e apaixonado, pra você. Em qualquer espaço sideral, em qualquer nave, em qualquer lapa, em todas as suas bahias.A cada falso pulo no ritmo do bum da bateria meu coração quase gritava um bucadinho. Gosto mais do seu violão que dos acordes elétricos que agora traz. Dos seus altos cachos, se transvestindo de branco.Mas quando coloca as mão nas ancas e se rebola todo, não tem mais nenhuma maior importancia.Pra alguem que gosta tanto da noite, o teu sol me banha com esse amor dolorido de saudade. Saudade de tudo que eu nao posso fazer e nem falar pra você. Menino vadio, adoro ver-te .

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

mimo.

Com 16 anos anos meu pai virou pra mim e disse :
-"minha filha não faça desse jeito que você acaba falada"
E eu respondi que era bom então que eu o fizesse , só assim ficava falada logo
e acabava com toda aquela preocupação. Foi o que aconteceu. Agradar nunca foi
meu forte, acho inclusive que rola um esforço inconsciente pra isso. Até porque
essa coisa de ser alegre e radiante é dificil demais pra alguém que adora reclamar
de tudo, até da felicidade. Não é pra mim e não me faz tão mais triste que você.
É mania do escuro, onde me reconheço. O sol arde minha pele morena, causando
uma dor insuportável que nao faz o menor sentido. Nada faz. Meu prazer é
desesperado e urgente. Tudo é feito com muito exagero. Não sei medir muito
bem o peso das coisas. E nem quero, gosto de sentir esse desejo quase visceral.
Depois descartar. Não por maldade, mas é assim que é. Gosto de me perder nas
minhas mentiras, minhas alucinações, minhas verdades, nas minhas coxas , nos
meus dedos. Prefiro a mentira. Gosto de não querer mais o que eu quis ontem.
De ser o avesso do que você é.